A líder do Grupo S&D, Iratxe García, apelou a uma bússola social na abordagem da competitividade, alertando para o facto de que, se não o fizer, estará a ignorar a verdadeira raiz do descontentamento social e a favorecer as narrativas de extrema-direita.
Num debate em plenário sobre o programa de trabalho da Comissão para 2025, os S&D sublinharam a necessidade urgente de propostas concretas com um aumento do orçamento da UE para melhorar a vida das pessoas. Estas devem ter por base o progresso social, o emprego de qualidade, a igualdade de género, os cuidados de saúde universais, a segurança digital, as democracias resilientes, a segurança, a paz e a transição para um futuro moderno e sustentável.
Iratxe García, Presidente do Grupo S&D, afirmou:
"A Comissão Europeia tem a grande responsabilidade de dar uma resposta abrangente e ambiciosa ao descontentamento social e é inaceitável que tenha esquecido esta responsabilidade ao abordar a competitividade. Onde está a bússola social para tirar 95 milhões de europeus da pobreza, para acabar com a insegurança no emprego que afecta 25% dos jovens e para resolver o problema do aumento de 30% dos preços das casas nos últimos cinco anos?
"A extrema-direita está a tentar ressuscitar os slogans do passado. O seu slogan Trumpista 'Make Europe Great Again' é, na realidade, um apelo à destruição da Europa. A sua verdadeira mensagem é "Vamos destruir a Europa outra vez".
"Como é que a Europa pode ser grande quando ataca os imigrantes que representam aproximadamente 15% da força de trabalho? Como é que a Europa pode ser grande quando propõe que os ricos não paguem impostos, apesar de os mais ricos acumularem 30% da riqueza total? Como pode a Europa ser grande quando nega as alterações climáticas, apesar de 97% dos cientistas afirmarem que se trata de uma ameaça real e que é causada pela atividade humana?
"É a mesma extrema-direita que pretende desviar a transição digital, favorecendo os magnatas, quando 35% das nossas PME não possuem competências digitais básicas. E é também a extrema-direita que elogia Trump enquanto este impõe tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio europeus.
"A competitividade europeia só será uma realidade se se traduzir numa vida digna para todos os cidadãos. A Europa só será competitiva se garantirmos empregos de qualidade, salários dignos e habitação a preços acessíveis. Temos de aumentar o orçamento da UE e criar um instrumento de investimento permanente para financiar o Pacto Ecológico, a transformação digital, a proteção social e a indústria da defesa".