S&Ds: Novos recursos próprios e contração conjunta de empréstimos são fundamentais para o próximo orçamento plurianual da UE

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O Grupo S&D conseguiu assegurar uma maioria na adoção, hoje, pelo plenário do Parlamento Europeu, de um relatório sobre o próximo orçamento plurianual da UE após 2027, também conhecido como Quadro Financeiro Plurianual (QFP). Com o contributo dos socialistas e dos democratas nas negociações com outros grupos políticos, o relatório envia uma forte mensagem progressista à Comissão Europeia. O texto fala sobre a estrutura e as prioridades do próximo QFP, o que deverá servir de base para a Comissão nos próximos meses, durante a elaboração da sua proposta legislativa, prevista para julho deste ano.

Carla Tavares, co-negociadora do Parlamento Europeu sobre o próximo QFP após 2027 na Comissão dos Orçamentos do PE, afirmou:

"Precisamos de um próximo orçamento plurianual da UE maior e melhor. Até agora, temos imposto a nós próprios um teto de vidro de 1% do RNB da UE para o atual QFP. É evidente que temos de quebrar este teto, que limita a ambição europeia num mundo turbulento com tantos novos desafios económicos, sociais e de segurança.

"É importante não só financiar novas prioridades, mas também financiá-las sem cortar ou redirecionar meios de programas da UE como o desenvolvimento regional ou o Fundo Social Europeu+. Tal só é possível se dispusermos de um verdadeiro sistema de novos recursos próprios da UE, juntamente com a contração de empréstimos conjuntos. É a única forma de sair do dilema. Temos de manter os investimentos na política social e, ao mesmo tempo, aumentar as despesas com as capacidades de defesa.

"Os socialistas e os democratas rejeitam as ideias de nacionalização dos fundos da UE para os Estados-Membros. Isto poderia significar que a Comissão Europeia estaria a estabelecer condições para que um determinado Estado-Membro só recebesse dinheiro para uma determinada política se o seu governo nacional fizesse reformas noutra área política, tal como solicitado pela Comissão. Esta é uma linha vermelha para o nosso grupo e não deve ser confundida com o mecanismo de condicionalidade, em que o Estado de direito é um pré-requisito absoluto para aceder ao dinheiro da UE.

"Com a votação de hoje, a bola está no campo da Comissão. Em julho, veremos que estrutura, números e ideias tem a Comissão. Ainda assim, queremos ser claros: não votaremos a favor de um próximo QFP que não contribua para o bem-estar das pessoas nem cumpra o Pacto Ecológico para proteger o planeta e as gerações futuras. Também não votaremos a favor de um próximo QFP que enfraqueça a política de coesão europeia, não proteja os nossos agricultores, não resolva os problemas de milhões de crianças europeias em situação de pobreza através da implementação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais e da Garantia para a Infância.

"Apelamos à Comissão Europeia para que seja ousada e ambiciosa e estamos prontos para negociações construtivas com os outros grupos políticos no Parlamento Europeu e com os Estados-Membros no Conselho da UE".

Deputados europeus envolvidos
Coordenador, Membro
Portugal
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