O controlo do investimento estrangeiro deve salvaguardar os interesses estratégicos da Europa

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© European Union, 2025

O Parlamento Europeu adoptou hoje um relatório fundamental sobre a revisão do regulamento relativo ao controlo do investimento estrangeiro da UE, liderado pelo relator do S&D, Raphaël Glucksmann. Esta reforma visa garantir a segurança económica da União através do controlo dos investimentos em sectores estratégicos e reduzir as dependências estratégicas em relação a actores estrangeiros. O regulamento tornará a UE mais segura e, ao mesmo tempo, mais atractiva para os investidores, harmonizando os procedimentos entre os Estados-Membros.

O quadro revisto exigirá que todos os países da UE analisem os investimentos estrangeiros em sectores críticos. Ajudará a evitar que entidades estrangeiras ameacem a nossa segurança e ordem pública ao ganharem uma influência desproporcionada sobre infra-estruturas, serviços e indústrias essenciais para o futuro da Europa.

Raphaël Glucksmann, eurodeputado do S&D e relator, afirmou:

"Atualmente, o sistema de análise do investimento estrangeiro da UE é fragmentado, oneroso para os investidores e insuficientemente eficaz na redução dos riscos. Deixar grandes instalações industriais, redes de energia e gigantes dos meios de comunicação social abertos a aquisições estrangeiras - seja da China, dos EUA ou de qualquer outro país - acaba por colocar a nossa segurança e soberania económica em terreno instável.

"Com as revisões propostas, os procedimentos de controlo serão simplificados em todos os Estados-Membros da UE. Isto mantém o mercado único aberto e atrativo, ao mesmo tempo que protege as nossas indústrias, salvaguarda sectores-chave e permite que as nossas indústrias estratégicas recuperem o atraso e se tornem mais competitivas. Além disso, a Comissão terá autoridade para tomar decisões finais em caso de desacordo, assegurando uma abordagem mais unificada em toda a UE.

"Alargámos também o âmbito do rastreio obrigatório para incluir investimentos de raiz superiores a 250 milhões de euros de investidores de alto risco, bem como sectores sensíveis como as terras agrícolas em grande escala, as tecnologias de transporte e os grandes meios de comunicação social. Estes sectores vêm juntar-se a sectores como a energia, a inteligência artificial e os semicondutores já abrangidos pela proposta da Comissão.

"O resultado da votação de hoje é um passo decisivo para a autonomia estratégica e a segurança económica da Europa. Apelamos ao Conselho e à Comissão para que dêem seguimento a este processo, de modo a que possamos fazer com que esta visão se torne uma realidade para a Europa."

Nota ao editor

Agora que o relatório foi adotado pelo Parlamento Europeu em sessão plenária, a próxima etapa do processo consiste em encetar negociações - conhecidas como trílogos - entre representantes do Parlamento Europeu, do Conselho e da Comissão.

Deputados europeus envolvidos
Chefe de delegação
Membro
França
Contacto de imprensa S&D